quarta-feira, 19 de março de 2014

E porque hoje é o dia do pai

Decidi procurar na internet sobre ti. E tanto que descobri
"O Cromo dos Cromos" feito pelos leitores, neste caso pelo Pit.

Porque hoje farias mais um aniversário (27/9/44), quero-te relembrar neste canto (o qual frequento com muitos AMIGOS), deixando-te as próximas palavras:

“Nasceu e morreu no futebol. Filho de Paulo Russo, jogador do Leixões, Benfica, Lusitano de Évora e Espinho, começou aos 17 anos nos Juniores do F.C. Porto, uma carreira apenas coarctada por um problema de visão que impediu a transferência, já em idade sénior, para o Benfica, onde Eusébio era a principal figura.

O destino quis que o União de Lamas fosse o seu segundo clube como jogador. Na Terceira Divisão realizou uma época digna de recordação, tendo sido considerado o melhor guarda-redes da prova. A transferência para o Beira-Mar surgiu com naturalidade. Na altura como agora, os aveirenses viviam entre as duas principais divisões do nosso futebol, mas a preponderância de Domingos sempre foi por demais sentida em todas as épocas.

Os jornais da época retratavam a qualidade das exibições do guarda-redes que, após várias épocas como número 1 da baliza auri-negra, encarou normalmente a passagem para as equipas técnicas do clube. Iniciou-se aí uma carreira que 25 anos depois seria reconhecida pela Associação Nacional de Treinadores de Futebol, com o prémio José Maria Pedroto.

Ao longo dos 28 anos como treinador nunca começou uma época no desemprego. Passou por clubes com maior ou menor história no futebol português, mas deixou sempre a sua marca indelével em atletas e dirigentes, fruto da sua forma sincera, honesta e justa de ser. Demasiado honesta por vezes, o que também o prejudicou, na defesa daquilo que considerava ser tão básico como os direitos dos jogadores.

Os resultados fizeram dele um treinador quase sempre vitorioso. Subiu várias vezes os clubes que treinou e poucas vezes sofreu o efeito tão doloroso do famoso “chicote”. Da distrital à Segunda Liga, passando por duas épocas na Venezuela, ao serviço do Clube Deportivo Português, José Domingos treinou, entre outros, clubes como o Beira-Mar, União de Coimbra, Sanjoanense, Sporting da Covilhã, Paredes, Trofense, Vianense, Caldas, Macedo de Cavaleiros, Portosantense, União de Santiago, Sernache, Recreio de Águeda e Desportivo de Aves.

Como homem do futebol o último ano da sua vida foi passado no clube que escolheu como seu: o Beira-Mar. Contratado como observador, numa altura em que já não podia, por motivos de saúde, viver com a pressão e o stress da profissão, acabou como Coordenador Técnico do Futebol de Formação. Acabou como começou: na formação. No que acreditava que seria o futuro. Muitos mais acreditassem como ele. Para mim é e sempre será o melhor. O meu ídolo...”

... até sempre, AMIGÃO !!!

Pit
Nota: O texto foi da autoria do Zé Alexandre, filho do José Domingos, a quem agradeço a colaboração para esta minha simples homenagem.


De uma entrevista dada por um jogador:
Na altura o treinador José Domingos (falecido), pressionou-me no sentido de ir para o Sp. da Covilhã, uma vez que estavam também lá antigos colegas do Beira Mar (Vitor Urbano, Quim, Ferreira). Como éramos muito chegados, fiz a opção de assinar pelo Sp. Covilhã, mesmo perdendo a hipótese de na altura ir para o F.C. Penafiel, que estava na 1ª divisão, e alguns escudos. Mas como ele (José Domingos) era uma pessoa especial para mim, depois de algumas negociações duras, assinei uma época

Do site S.C.Covilhã
José Domingos treinou pela primeira vez o Sporting Clube da Covilhã na época 1979/1980, tendo conseguido um lugar tranquilo a meio da tabela da Zona Centro da 2ª Divisão, o que lhe permitiu permanecer no clube para a temporada seguinte, em que repetiu uma posição intermédia na tabela classificativa. O bom trabalho desenvolvido por José Domingos possibilitou-lhe o regresso ao emblema serrano em 1983/1984, alcançando um interessante 4º lugar atrás de Académico de Coimbra, GD Peniche e Ginásio de Alcobaça, lançando as bases para o sucesso que viria a ser rubricado na temporada seguinte (subida à 1ª Divisão e Meia Final da Taça de Portugal), mas já sem a presença de José Domingos, que saiu para o Beira-Mar um pouco antes do início do campeonato, o que provocou bastante polémica no nosso clube. No entanto, e apesar da situação referida anteriormente, José Domingos haveria de voltar ao Sporting da Covilhã em 1991/1992, numa fase em que o emblema serrano passava por dificuldades na 2ª Divisão B. Que outras recordações existem de José Domingos?


De http://debaixodosarcos.blogs.sapo.pt/556044.html

É curioso como os acontecimentos produzem reacções distintas e nos levam ao encontro de outros factos.
Isto a propósito do falecimento, hoje, do Eusébio, um dos maiores vultos do desporto nacional, um verdadeiro embaixador de Portugal.
Mas o confronto com as nossa realidades pessoais, com as nossa vidas, "encobre" outros mistérios, outros momentos, outras vivências que marcam a "nossa" história.
Isto tudo porque, ao procurar a foto do post anterior, sobre a passagem do Eusébio pelo Beira-Mar (época de 1976, se não me falhar a memória) descobri esta imagem de equipa, dessa época.

Na foto podemos recordar, entre outros, Eusébio, Sousa, Manuel José, Víctor Urbano, Manecas, etc ...
Mas há um que, por razões pessoais e muito particulares, se destaca: o guarda-redes José Domingos (que nos "deixou" há alguns anos).
Para quem cresceu junto ao Parque de Aveiro (onde se situa o velhinho estádio Mário Duarte), na zona da "Praceta" não pode ficar indiferente àquela "imagem de azul". Por mim, restam-me as memórias de quem andou comigo ao colo, da amizade, do cuidado, da relação quase familiar.
E foi bom recordar e sentir um bater forte de inúmeras "imagens/memórias" e de muitas saudades...

Mário Varela
A primeira vez que vi o Zé Domingos jogar foi num Beira-Mar-União de Lamas. O resultado do jogo não recordo mas tenho a certeza de que o BM não marcou qualquer golo. É que o Zé, embora equipasse de amarelo, defendia a baliza dos lamacenses. Fez uma exibição portentosa!
Uns meses mais tarde, de férias na Costa Nova, recordo um final de tarde em que um primo meu, na altura director do BM, chegou entusiasmadíssimo de Aveiro e me atirou de rajada enquanto fechava a porta do carro "sabes quem vem? O Domingos do Lamas! Este já sabemos que é bom!"
Da carreira do Zé Domingos e das imagens inapagáveis que proporcionou, apenas direi que a descrição que o Madjer aqui fez é, em absoluto, perfeita.
Tive depois o prazer de o conhecer, ainda enquanto jogador. Pessoa íntegra, disciplinada, solidária.
No último jogo de uma liguilla épica, contra o Salgueiros, defendeu tudo e construiu o 0-0 que valeu a manutenção. Alegria enorme no MD. Mas a minha viria a ser muito maior logo a seguir. Do balneário, positivamente cercado de adeptos, vi sair o Zé com a camisola do jogo na mão. Era para mim. Um gesto que nunca esquecerei.
Mais tarde, ambos colaborámos no jornal do clube, dirigido pela VOZ do Mário Duarte, Joaquim Moreira. E a sua presença honrava a nossa Tertúlia do Tam Tam, um snack próximo da sua casa. Aos sábados de manhã, quando a sua vida profissional o permitia, participava nas nossas futeboladas na Barra. Sempre com a mesma condição, imposta por nós: mudava de equipa ao intervalo para equilibrar as coisas.
Para o Zé Domingos, já na altura os jogos só acabavam muito para além dos 90 minutos. Treinava então o Trofense e as noites de segunda feira começavam na mesa do Tan Tan com a análise dos apontamentos passados para um caderno durante o jogo da véspera. A que, com cumplicidade distraída, deixava dar uma espreitadela...
O teu Jogo, esse não acaba, Zé. O teu é eterno.
Pit, a escolha foi perfeita. Obrigado pelas boas recordações que ela me trouxe.
Um abraço para o Alexandre. Teve um grande Pai.

Por  Nuno miguel
Lembro-me bem do José Domingos...Foi o arquitecto da subida do Sporting da Covilhã á 1ª divisão na época 1984/85...Foi ele que preparou o plantel..tudo...Mas acabou por abandonar o clube antes do inicio da temporada para rumar ao Beira-Mar. Na Covilhã os ânimos exaltaram-se e em assembleia geral os sócios aprovaram uma proposta da direcção para que nunca mais treinasse o clube (parece o cado de José Maria Pedroto com um presidente do FCP). Nessa época, quando o Beira-Mar se deslocou á Covilhã, a turba do "velho Santos Pinto" ia engolindo o homem, que no final foi ao centro de então pelado aplaudir os sócios...Que então também o aplaudiram...
Já na década de 90, José Domingos regressou para treinar o SCC depois de o então presidente ter anulado em Assembleia Geral a deliberação tomada anteriormente.
Neste regresso acabou por não ser feliz, e foi substituido antes do final da temporada. (a crise financeira era grande e quase que lhe exigiram a subida á, então, 2ª divisão de honra, com uma equipa da loja dos "300"
Apesar disso, tenho-o na memória como um dos melhores técnicos que passou pelos bancos da cidade neve.

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